"Um país se faz com homens e livros..."
(Monteiro Lobato).
Quem sou eu
- Noá Souza
- "Sou como você me vê. Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania, Depende de quando e como você me vê passar." (Clarice Lispector)
segunda-feira, 29 de outubro de 2012
sábado, 27 de outubro de 2012
Uma lição de vida
No primeiro dia de aula nosso
professor se apresentou aos alunos, e nos desafiou a que nos apresentássemos a
alguém que não conhecêssemos ainda.
Eu fiquei em pé para olhar ao
redor quando uma mão suave tocou meu ombro. Olhei para trás e vi uma pequena
senhora, velhinha e enrugada, sorrindo radiante para mim. Um sorriso lindo que
iluminava todo o seu ser.
Ela disse: "Ei, bonitão.
Meu nome é Rosa. Eu tenho oitenta
e sete anos de idade.
Eu ri, e respondi
entusiasticamente: "É claro que pode!", e ela me deu um gigantesco
apertão.
Não resisti e perguntei-lhe:
"Por que você está na faculdade em tão tenra e inocente idade?", e
ela respondeu brincalhona: "Estou aqui para encontrar um marido rico,
casar, ter um casal de filhos, e então me aposentar e viajar."
"Está brincando", eu
disse. Eu estava curioso em saber o que a havia motivado a entrar neste desafio
com a sua idade, e ela disse: "Eu sempre sonhei em ter um estudo
universitário, e agora estou tendo um!"
Após a aula nós caminhamos para o
prédio da união dos estudantes, e dividimos um milk-shake de chocolate. Tornamo-nos
amigos instantaneamente. Todos os dias nos próximos três meses nós teríamos
aula juntos e falaríamos sem parar. Eu ficava sempre extasiado ouvindo aquela
"máquina do tempo" compartilhar sua experiência e sabedoria comigo.
No decurso de um ano, Rose
tornou-se um ícone no campus universitário, e fazia amigos facilmente, onde
quer que fosse. Ela adorava vestir-se bem, e revelava-se na atenção que lhe
davam os outros estudantes. Ela estava curtindo a vida! No fim do semestre nós
convidamos Rose para falar no nosso banquete de futebol. Jamais esquecerei o
que ela nos ensinou.
Ela foi apresentada e se
aproximou do pódio. Quando ela começou a ler a sua fala, já preparada, deixou
cair três, das cinco folhas no chão. Frustrada e um pouco embaraçada, ela pegou
o microfone e disse simplesmente: "Desculpem-me, eu estou tão nervosa! Eu
não conseguirei colocar meus papéis em ordem de novo, então me deixem apenas
falar para vocês sobre aquilo que eu sei."
Enquanto nós ríamos, ela limpou
sua garganta e começou: "Nós não paramos de jogar porque ficamos velhos;
nós nos tornamos velhos porque paramos de jogar. Existem somente quatro
segredos para continuarmos jovens, felizes e conseguir o sucesso.
Primeiro, você precisa rir e
encontrar humor em cada dia.
Segundo, você precisa ter um
sonho. Quando você perde seus sonhos, você morre. Nós temos tantas pessoas
caminhando por aí que estão mortas e nem desconfiam!
Terceiro, há uma enorme diferença
entre envelhecer e crescer. Se você tem dezenove anos de idade e ficar deitado
na cama por um ano inteiro, sem fazer nada de produtivo, você ficará com vinte
anos.
Se eu tenho oitenta e sete anos e
ficar na cama por um ano e não fizer coisa alguma, eu ficarei com oitenta e
oito anos. Qualquer um, mais cedo ou mais tarde ficará mais velho. Isso não
exige talento nem habilidade, é uma consequência natural da vida. A ideia é
crescer através das oportunidades.
E por último, não tenha remorsos.
Os velhos geralmente não se arrependem por aquilo que fizeram, mas sim por
aquelas coisas que deixaram de fazer. As lágrimas mais amargas diante de um
túmulo são mais por palavra não ditas do que por palavras ditas, portanto, não
tenha medo de viver.
Ela concluiu seu discurso
cantando corajosamente "A Rosa". Ela desafiou a cada um de nós a
estudar poesia e vivê-la em nossa vida diária. No fim do ano Rose terminou o
último ano da faculdade que começara há tantos anos atrás.
Uma semana depois da formatura,
Rose morreu tranquilamente em seu sono.
Mais de dois mil alunos da
faculdade foram ao seu funeral, em tributo à maravilhosa mulher que ensinou,
através de seu exemplo, que nunca é tarde demais para ser tudo aquilo que você
pode provavelmente ser, se realmente desejar.
"Ficar velho é obrigatório,
crescer é opcional".
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