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quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Por que temos preferência por certas cores, objetos, comidas, roupas e até pessoas?



 

Seja na hora de escolher a comida ou um parceiro para toda a vida, a preferência é provavelmente uma combinação da genética com a experiência de vida de cada um.
Variações naturais em genes que determinam a estrutura de receptores no sistema nervoso podem direcionar desde preferências alimentares até o gosto por esportes radicais.
Quem possui, por exemplo, uma variante pouco sensível de um receptor para o gosto doce, encontrado sobretudo em mulheres, costuma ser ‘mais chegado’ em um docinho, ou seja, precisa comer mais doce para obter a mesma satisfação. As mulheres, aliás, também são menos sensíveis a substâncias amargas.
Talvez por isso esse sabor, repulsivo para os outros, para elas é tão sutil que se torna agradável.
Da mesma maneira, receptores naturalmente pouco sensíveis à dopamina, substância que o sistema de recompensa do cérebro interpreta como prazer, são encontrados em pessoas que gostam de correr os riscos em esportes radicais. O comportamento de risco provoca a liberação de grandes quantidades de dopamina, e assim os receptores pouco sensíveis ficam finalmente saciados.
Variações genéticas, no entanto, são apenas uma base sobre a qual agem fatores ambientais, como a influência social da família e da cultura. A própria preferência alimentar é influenciada diretamente pelos hábitos alimentares de cada cultura. A escolha dos traços de personalidade em um candidato a parceiro parece ser outro exemplo de influência social, segundo a experiência com os familiares mais próximos. [CH 189 – dezembro/2002]

Suzana Herculano-Houzel
INSTITUTO DE ANATOMIA,
UNIVERSIDADE FEDERAL
DO RIO DE JANEIRO


Biologia : ensino médio / organização e seleção de textos Vera Rita da
Costa, Edson Valério da Costa. – Brasília: Ministério da Educação,
Secretaria de Educação Básica, 2006.
125 p. (Coleção Explorando o ensino; v. 6)

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