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"Sou como você me vê. Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania, Depende de quando e como você me vê passar." (Clarice Lispector)

sábado, 18 de abril de 2015

'NÃO TENHO MEDO DA SOLIDÃO. MEU TEMOR É ESTAR ACOMPANHADA E SOZINHA'


Há alguns momentos na vida em que é preciso ficar só. Para entender despedidas, colocar a cabeça no lugar, apreciar o pôr do sol, ou aceitar o que não tem explicação. Porque pessoas vêm e vão. Às vezes, elas ficam, outras vezes, não. Elas simplesmente partem como um pássaro que some no meio da noite escura. A porta do seu coração se fecha para escutar o doloroso voo do adeus.
Então, você aprende a ser seu. Reconhece seus defeitos e procura melhorá-los. Encontra seus dons e passa a explorá-los. Dança com a tua solidão. Ama e odeia estar sozinho. Come na rua para não ter que cozinhar tão pouco. Degusta sua comida feita para um. Lava as poucas louças e os muitos medos.
E, assim, vai tocando os dias e as dúvidas. Dobra lembranças para guardá-las nas prateleiras da saudade. Amassa desilusões para jogá-las no baú do passado. Olha seus olhos de ser só e entende o que já foi. Sorri o sorriso da solitude e aprende a esperar. Bebe o vinho da espera e saboreia a vida enquanto escolhe.
Escolher não é sinônimo de frescura ou exigência desmedida. É maturidade e consciência. É aquele momento na vida em que a qualidade passa prevalecer à quantidade, e quando menos é mais no sonho de ser a mudança que se quer ver no mundo. Você deseja ter alguém, sim, mas alguém que valha a pena estar ao seu lado nesse processo doloroso e interminável de autoconhecimento e amadurecimento. Por isso, passou a escolher.
Por exemplo, você pode estar rodeado de centenas de amigos superficiais ou ter poucos amigos sinceros, mas esses últimos são os que te dão a mão nos momentos difíceis e te compreendem em silêncio, acolhendo a tua dor. Pode ser uma pessoa apegada a posses, ou alguém que fará da vida uma mochila mais leve para se carregar pelo mundo afora, sem se preocupar demais com o tamanho de uma casa material, e, sim, a espiritual.
.Pode querer que alguém venha para completá-lo, para preencher o seu espaço vazio e dar sentido a sua vida. Mas também pode seguir outro caminho, onde primeiro procura-se o próprio amor, para então receber o amor do outro.
Dizem que quem escolhe muito acaba sozinho. Mas, depois que acontecer o encontro de duas pessoas que não esperam do outro mais do que a cumplicidade e a confiança para dividir uma vida a dois, amar será uma troca, nem será preciso pedir algo que virá espontaneamente. É como rimar amor com flor.
Não é preciso ser poeta para saber que amar dá um pavor danado, principalmente depois de muito tempo só. Você se acostuma a uma solidão secreta que, quando aparece alguém que pode acender a sua luz, fica apavorado. E por já ter amado antes, tem medo de sofrer outro rompimento, e, antes de começar, já trava a possibilidade de amar.
Mas, hoje, a sua escolha é não desistir. É continuar procurando a rima do novo amor, esperando o tempo que for. Enquanto isso, você continua aprendendo a ser só. Vai ao cinema sozinho, lê a felicidade em um livro e colore seus vazios com a sua esperança. Ri e chora. Vive a solidão com dor e paixão. Encontra paz de espírito e escreve a vida em folhas novas. Sim, a poesia te espera o tempo que for preciso.
Viva agora e depois entenda o inesperado. Escolha amar e amará o esperado!
Porque um coração sem amor é um poema inacabado. É a melodia que espera para ser cantada pelo pássaro que ainda não chegou com o vento da manhã.
AUTORA: REBECA BEDONE
FONTE: http://www.revistabula.com/4150-nao-tenho-medo-da-solidao-meu-temor-e-estar-acompanhada-e-sozinha/




segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Plantando sementes pela vida

PLANTANDO SEMENTES PELA VIDA
Um homem morava numa cidade grande e trabalhava numa fábrica.
Todos os dias ele pegava o ônibus e viajava cinquenta minutos até o trabalho.
À tardinha fazia a mesma coisa voltando para a casa.
No ponto seguinte ao que homem subia, entrava uma velhinha, que procurava sempre sentar na janela.
Abria a bolsa tirava um pacotinho e passava a viagem toda jogando alguma coisa para fora do ônibus.
Um dia, o homem reparou na cena. Ficou curioso. No dia seguinte, a mesma coisa.
Certa vez o homem sentou-se ao lado da velhinha e não resistiu:
- Bom tarde, desculpe a curiosidade, mas o que a senhora esta jogando pela janela?
- Boa tarde, respondeu a velhinha.
- Jogo sementes.
- Sementes? Sementes de que?
- De flor. É que eu viajo neste ônibus todos os dias. Olho para fora e a estrada é tão vazia.
E gostaria de poder viajar vendo flores coloridas por todo o caminho... Imagine como seria bom.
- Mas a senhora não vê que as sementes caem no asfalto, são esmagadas pelos pneus dos carros, devoradas pelos passarinhos... A senhora acha que essas flores vão nascer aí, na beira da estrada?
- Acho, meu filho. Mesmo que muitas sejam perdidas, algumas certamente acabam caindo na terra e com o tempo vão brotar.
- Mesmo assim, demoram para crescer, precisam de água...
- Ah, eu faço minha parte. Sempre há dias de chuva. Além disso, apesar da demora, se eu não jogar as sementes, as flores nunca vão nascer .
Dizendo isso, a velhinha virou-se para a janela aberta e recomeçou seu "trabalho".
O homem desceu logo adiante, achando que a velhinha já estava meio "caduca".
O tempo passou...
Um dia, no mesmo ônibus, sentado à janela, o homem levou um susto, olhou para fora e viu margaridas na beira da estrada, hortênsias azuis, rosas, cravos, dálias... A paisagem estava colorida, linda.
O homem lembrou-se da velhinha, procurou-a no ônibus e acabou perguntando para o cobrador, que conhecia todo mundo.
- A velhinha das sementes? Pois é, morreu de pneumonia no mês passado.
O homem voltou para o seu lugar e continuou olhando a paisagem florida pela janela. "Quem diria, as flores brotaram mesmo", pensou. "Mas de que adiantou o trabalho da velhinha?
A coitada morreu e não pode ver esta beleza toda".
Nesse instante, o homem escutou uma risada de criança.
No banco da frente, um garotinho apontava pela janela entusiasmado:
- Olha, mãe, que lindo, quanta flor pela estrada... Como se chamam aquelas azuis?
Então, o homem entendeu o que a velhinha tinha feito. Mesmo não estando ali para contemplar as flores que tinha plantado, a velhinha devia estar feliz. Afinal, ela tinha dado um presente maravilhoso para as pessoas.
No dia seguinte, o homem entrou no ônibus, sentou-se numa janela e tirou um pacotinho de sementes do bolso...

(Autor desconhecido)

sábado, 29 de novembro de 2014

Lição de vida

Um jovem foi se candidatar a um alto cargo em uma grande empresa . Passou na entrevista inicial e estava indo ao encontro do diretor para a entrevista final. O diretor viu seu CV, era excelente. E perguntou-lhe:
- Você recebeu alguma bolsa na escola? - o jovem respondeu - Não.
- Foi o seu pai que pagou pela sua educação?
- Sim - respondeu ele.
- Onde é que seu pai trabalha?
- Meu pai faz trabalhos de serralheria.
O diretor pediu ao jovem para mostrar suas mãos.
O jovem mostrou um par de mãos suaves e perfeitas.
- Você já ajudou seu pai no seu trabalho?
- Nunca, meus pais sempre quiseram que eu estudasse e lesse mais livros. Além disso, ele pode fazer essas tarefas melhor do que eu.
O Diretor lhe disse:
- Eu tenho um pedido: quando você for para casa hoje, vá e lave as mãos de seu pai. E venha me ver amanhã de manhã.
O jovem sentiu que a sua chance de conseguir o trabalho era alta!
Quando voltou para casa, ele pediu a seu pai para deixá-lo lavar suas mãos.
Seu pai se sentiu estranho, feliz, mas com uma mistura de sentimentos e mostrou as mãos para o filho. O rapaz lavou as mãos de seu pai lentamente. Foi a primeira vez que ele percebeu que as mãos de seu pai estavam enrugadas e tinham muitas cicatrizes. Algumas contusões eram tão dolorosas que sua pele se arrepiou quando ele a tocou.
Esta foi a primeira vez que o rapaz se deu conta do significado deste par de mãos trabalhando todos os dias para pagar seus estudos. As contusões nas mãos eram o preço que seu pai teve que pagar por sua educação, suas atividades escolares e seu futuro.
Depois de limpar as mãos de seu pai, o jovem ficou em silêncio organizando e limpando a oficina do pai. Naquela noite, pai e filho conversaram por um longo tempo.
Na manhã seguinte, o jovem foi encontra-se com o Diretor.
O diretor percebeu as lágrimas nos olhos do moço quando ele perguntou:
- Você pode me dizer o que você fez e aprendeu ontem em sua casa?
O rapaz respondeu:
- Lavei as mãos de meu pai e também terminei de limpar e organizar sua oficina. Agora eu sei o que é valorizar, reconhecer. Sem meus pais, eu não seria quem eu sou hoje... Por ajudar o meu pai agora eu percebo o quão difícil e duro é para conseguir fazer algo sozinho. Aprendi a apreciar a importância e o valor de ajudar a família.
O diretor disse:
- Isso é o que eu procuro no meu pessoal. Quero contratar uma pessoa que possa apreciar a ajuda dos outros, uma pessoa que conhece os sofrimentos dos outros para fazer as coisas, e que não coloca o dinheiro como seu único objetivo na vida. Você está contratado.
Uma criança que tenha sido protegida e habitualmente dado a ela o que quer, desenvolve uma mentalidade de "Tenho direito" e sempre se coloca em primeiro lugar. Ignora os esforços de seus pais.
Se somos esse tipo de pais protetores, estamos realmente demonstrando amor ou estamos destruindo nossos filhos?
Você pode dar ao seu filho uma casa grande, boa comida, educação de ponta, uma televisão de tela grande... Mas quando você está lavando o chão ou pintando uma parede, por favor, o faça experimentar isso também . Depois de comer, que lave os pratos com seus irmãos e irmãs. Não é porque você não tem dinheiro para contratar alguém que faça isso; é porque você quer amar do jeito certo. Não importa o quão rico você é, você quer entender. Um dia, você vai ter cabelos brancos como a mãe ou o pai deste jovem.
O mais importante é que a criança aprenda a apreciar o esforço e ter a experiência da dificuldade, aprendendo a capacidade de trabalhar com os outros para fazer as coisas.

FONTE: https://www.facebook.com/maringaalertaoficial/photos/a.670443059678292.1073741827.670373289685269/754195367969727/?type=1&theater

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

A vida não permite ensaios.































A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios.

Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos.

Viva o hoje,
pois o ontem já se foi
e o amanhã talvez não venha.
FONTE: http://pensamentosdasil.blogspot.com.br/2011/12/reflexao-de-fim-de-ano-lindo.html

sábado, 9 de agosto de 2014

Pai



 

Este homem que eu admiro tanto, com todas as suas virtudes e também com seus limites. Este homem com olhar de menino, sempre pronto e atento, mostrando-me o caminho da vida, que está pela frente.
Este mestre contador de histórias traz em seu coração tantas memórias, espalha no meu caminhar muitas esperanças, certezas e confiança.
Este homem alegre e brincalhão, mas também, às vezes, silencioso e pensativo, homem de fé e grande luta, sensível e generoso.
O abraço aconchegante a me acolher, este homem, meu pai, com quem aprendo a viver. Pai, paizinho, paizão… meu velho, meu grande amigão, conselheiro e leal amigo: infinito é teu coração.
Obrigado, pai, por orientar o meu caminho, feito de lutas e incertezas, mas também de muitas esperanças e sonhos.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Mascarados?!?


De relance, comunicamos o que queremos. Disfarçamos e nos blindamos de máscaras às duras provas da admiração alheia. Um gesto ensaiado aqui, um retoque lapidado ali e, num passe de mágica volátil, ostentamos a reprodução relâmpago de nossas próprias auto-miragens.

Mas tudo muda quando convivemos. Os momentos reais que a gente leva “comendo um quilo de sal junto” diluí a cobertura doce. Quando a primeira impressão se esvai o que fica é a consistência cúmplice de palavras e ações – ou o oposto. Já percebeu como nenhuma Monalisa-viva permanece obra-de-arte sob a ampulheta implacável do tempo? O sorriso ensaiado se contrasta com a humanidade do mau-humor. Os dias de pá-virada revelam o ser humano debaixo da epiderme sobre-humana photoshopada. E acabamos desvendados como realmente somos para todos que nos veem por mais do que uma rápida exibição publicitária.

E por que amo a Deus? Ora, exatamente porque Ele é o Único capaz de saber quem eu realmente sou e me amar apaixonadamente pelo que eu impensavelmente poderia me tornar. Com Ele o embrulho de presente se desfaz, a nudez se revela torpe, e a mentira de perna curta se prostra em frangalhos. Acabo sendo o que sou, ainda que fuja desesperadamente de encarar o que verdadeiramente eu seja. E o que o Altíssimo faz? Ama, perdoa e ainda morre por causa daquilo que não presta em mim.

Isso não é incrível? É absurdamente encantador. Feito um afago do Céu me dando asas pra viver mais feliz. Por isso prossigo – descendo da passarela cintilante para me debruçar no colo dAquele que realmente sabe o quanto disfarço. E nos braços onipotentes de Quem é capaz de re-escrever minha história, eu descanso em paz sonhando com a eternidade mais real do que as minhas mentiras.

E não esqueça: Ele também faz o mesmo com você. Chegue ali!

Texto: Odailson Fonseca

terça-feira, 20 de maio de 2014

Por que é que temos que fingir um sorriso perfeito o tempo todo?

 

Quando fico triste eu me sinto inapropriada. Talvez aconteça contigo. Não bastassem todos os sentimentos dolorosos destas nossas tristes intermitentes, ainda tem a culpa de não estar fazendo a coisa certa. Sim, é muito errado ficar triste em nossos dias. Andei lendo nos jornais e nas revistas. Vi também em uns livros e na TV. Se procurar, até no Youtube você vai achar. É proibido. Como ombreiras para mulheres ou meias coloridas e salto alto. Proibido como descombinar cinto e sapato. Ok, não é tão proibido assim a não combinação, mas você fica fora da moda e estar fora da moda não é legal, não é adequado, entende?
Então, como eu ia dizendo, a moda agora é ser feliz. Tudo bem você não ser de verdade, mas não pode, de jeito nenhum deixar alguém saber disso. O correto a se fazer é arrumar seu melhor sorriso, fotografar, postar e depois voltar a sofrer com sua dor, pois o mundo não quer saber de pessoas que não seja felizes. O tempo todo, no caso. Viu como é que tenho razão em me sentir inapropriada? É que alguém, em algum momento determinou que só a felicidade existe e se você fica triste é cafona, desajeitado, derrotado e ingrato também. E sabe como é, eu fico triste de vez em quando.
Desconfio que mais gente fica, mas não me deixa saber. A vida tem destas coisas, um dia feliz, outro triste, uma semana boa, outra nem tanto. Mas estabeleceu-se que não, não pode haver outro estado que não o de perene felicidade e êxtase. Acho que andaram mentindo pra mim e esta euforia contínua é mesmo impossível o que, no caso, me deixa mais inadequada ainda. Não que eu queira exibir minha cara triste e chorosa para o mundo. Não! Só não quero ter que mentir também fazendo parecer que sou feliz o tempo todo, o que não sou. Não sou mentirosa, aliás.
Quando eu aceito minha tristeza, minhas pequenas ou grandes dores, eu saio daquela flutuação cinematográfica, encaro meu tamanho no mundo, minha fraqueza e necessidade de algo maior que eu, que corro o risco de esquecer quando estou muito muito achando feliz. Daí insignificante me descubro correndo para os braços do único que pode me elevar o nível, o humor, o sentimento. Não que você precisa ficar sempre triste para O encontrar, mas eu preciso de umas quedas para deixá-Lo me levantar. Sabe como é…
Só que neste nosso mundinho de aparências, incertezas e incoerências, só se dá valor a quem tem jeito de feliz – mesmo não sendo – e cada um com suas dores vai se afundando nuns cantinhos, envergonhados de sua tristeza inadequada. Coisa chata esta. Ué, se não vivo num mundo perfeito – ainda! – por que raios é que eu teria que ser perfeitamente feliz o tempo todo? Não sou, mas… um dia serei.

 AUTORA: Fabiana Bertotti

FONTE: http://noticias.adventistas.org/pt/coluna/fabiana-bertotti/voce-tem-direito-de-ficar-triste/