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"Sou como você me vê. Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania, Depende de quando e como você me vê passar." (Clarice Lispector)

sábado, 2 de junho de 2012

A ferro e fogo




Que ás vezes eu sou um pouco distraída, desastrada, estabanada... bom isso eu sei!
Mas daí cometer em frações de segundos uma burrada irreversível já são outros noventa.
Hoje distraidamente queimei o meu vestido! Aff... fiz um imenso buraco no coitadinho!
Não tem jeito o estrago já foi feito mesmo... não há mais concerto!
Pela primeira vez na vida... perdi algo e não me importei. Se bem que eu gostava era o meu preferido...
Acho que estou gradativamente me acostumando com as “perdas”...
Pode até ser que um novo detalhe ou até mesmo um “remendo” algo que tape o buraco venha disfarçar o estrago!
Mesmo que seja encoberta a enorme cratera aquela marca sempre estará lá... e acima dela pode até surgir algo novo melhor e mais bonito...
O que foi tirado deixa marcas... Permanecerá sempre a cicatriz.
Até um fato simples como esse me fez refletir ao relembrar um relato que li há um tempo. Acompanhe-me na leitura!


O menino e os pregos

 
“Era uma vez um menino que tinha sempre razão. O pai deu-lhe um saco de pregos e disse que, para cada vez que perdesse a calma, o filho deveria pregar um prego na cerca de madeira que rodeava a casa.
No primeiro dia, o menino pregou 17. Nas semanas seguintes, como ele aprendeu a controlar seu temperamento, o número de pregos na cerca diminuiu gradativamente...
Ele descobriu que era mais fácil se segurar do que martelar pregos. Finalmente chegou o dia que o menino não perdeu a calma em nenhum momento. Contando a novidade a seu pai, recebeu uma segunda tarefa: deveria tirar da cerca um prego por cada dia em que não perdesse a calma. Os dias se passaram e o menino, então, estava finalmente pronto para dizer a seu pai que tinha retirado todos os pregos da cerca.
O pai o pegou pela mão e levou até a cerca: "Você fez muito bem, meu filho, mas, veja só os buracos que restaram na cerca. Ela nunca mais será a mesma! Quando você fala algumas coisas com raiva, elas deixam cicatrizes como estas. Você pode enfiar a faca em alguém e retirá-la. Não importa quantas vezes você peça desculpa, a ferida ainda esta lá. Um ferimento verbal é a mesma coisa que um ferimento físico. Que Deus nos ajude a lembrar que nosso próximo não é uma cerca na qual podemos descarregar nossa mágoa e ferir enterrando pregos.”

Vera Cristina Weissheimer



Essa história não tem nada haver com vestido queimado?! Não é? Porém uma coisa me chamou a atenção. Tudo que fazemos ou falamos a alguém fica sempre gravado, marcado ou até mesmo “queimado” no coração.
Portanto, antes de agir pense duas vezes. Pois o vestido nunca mais será o mesmo!


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